• Madeira Island History

Quando o Infante D. Henrique, mais conhecido como o Navegador, juntou os melhores navegadores e cartógrafos de Portugal, no início do século XV, o seu plano era explorar melhor a Costa Oeste de África. Equipados apenas com uma caravela, compassos, bússula e astrolábio, os primeiros capitães estavam muito limitados nas suas diligências e, por estas razões, as melhores horas da história marítima portuguesa foram fruto da sorte dos marinheiros.

Três jovens navegadores, João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo, foram afastados da sua rota, pela costa de África, devido ao mau tempo, e depois de muitos dias à deriva pelo alto mar, avistaram uma pequena ilha a que chamaram Porto Santo - a primeira de muitas descobertas. Ao chegar a notícia aos ouvidos do Infante, este ordenou a colonização imediata da ilha . Estava-se no ano de 1418.

Sedutoras como são as areias douradas do Porto Santo, parece-nos hoje incrível que tenha levado quase um ano (1419) até à próxima descoberta – Ilha da Madeira. Os capitães informaram ter visto um acumulado de nuvens negras ao sul, no horizonte. Foram, então, encorajados a explorar esse acumulado de mau presságio. As teorias de que o mundo era plano ainda não tinham sido completamente reprovadas, e foi preciso uma grande dose de fé para ultrapassarem a travessia.

Baía do Funchal

Ao aproximarem-se, as enormes ondas do Atlântico, quebrando ao longo da costa Norte e a turbulência em ebulição das correntes cruzadas na Ponta de São Lourenço, não devem ter facilitado a vida aos supersticiosos marinheiros. Mas ao rodear o promontório, descobriram a baía de Machico, a entrada para a ilha paradisíacamente florestada a que chamaram Madeira. O D. João I de Portugal ordenou imediatamente a colonização da ilha, por volta do ano 1425, com famílias vindas da região do Algarve e depois da região norte do continente.

Casa típica da Madeira

Quinze anos depois, em 1440, o sistema de capitania foi estabelecido, dividindo o arquipélago em três capitanias: Machico foi dado a Tristão Vaz Teixeira, Bartolomeu Perestrelo foi nomeado capitão-donatário do Porto Santo e Gonçalves Zarco tornou-se capitão-donatário do Funchal.

A fim de criar as condições mínimas para se instalar e desenvolver a agricultura, uma parte da densa floresta de louro teve que ser desmatada e um grande número de canais de água (levadas) foi construído, já que a parte norte da ilha tinha excesso de água. escasso no sul. Peixe, frutas e legumes foram os principais meios de subsistência dos primeiros habitantes.

As culturas que se tornaram muito importantes para a ilha em termos econômicos, como a cana-de-açúcar, foram então introduzidas. O açúcar transformou o Funchal num ponto de passagem obrigatório para as rotas comerciais europeias. No século XVII, surgiu uma nova cultura, impulsionando mais uma vez a economia da Madeira: o vinho.

Ao longo do tempo, a Madeira aproveitou o seu potencial, nomeadamente o sector do turismo, e desenvolveu-o. Actualmente, desempenha um papel essencial na economia regional, uma vez que a ilha é muito popular entre os turistas de todo o mundo.

Hoje, a estátua de Zarco olha de cima os descendentes dos primeiros colonizadores, na curva frente ao Edifício do Banco de Portugal, no centro do Funchal. Conforme as possessões além-mar foram diminuindo, o relativo significado desta primeira descoberta foi aumentando. O facto de terem encontrado o Porto Santo durante uma tempestade no Atlântico foi um golpe de sorte.