• Aye By Carlos Oliveira Santos

A relação entre a Madeira e a Escócia será celebrada no dia 5 de abril, pelas 19h00, na FNAC Funchal, Madeira Shopping, com a apresentação do livro "Aye, poemas escoceses", de Carlos Oliveira Santos. O evento contará com a presença do autor e com um concerto musical de Sandra Escórcio Sarcevic (voz e piano) e Sara Freitas Faria (flauta), interpretando canções de Robert Burns, conhecido poeta escocês que viveu entre 1759 e 1796.

A acrescentar ao ambiente poético, Violante Saramago Matos fará uma participação especial. É também esperada a presença de membros da família Escórcio, descendente do escocês John Drummond (conhecido como João Escórcio), que chegou à Madeira em 1430.

O livro de Carlos Oliveira Santos, "Aye, Poemas Escoceses", publicado pela Âncora Editora, inclui os seus originais e traduções de poemas de dez poetas escoceses. Santos é professor reformado da Universidade de Lisboa e presidente do Cascais Burns Club, o único clube português dedicado ao poeta escocês. Além disso, escreveu "Um Niemeyer é Sempre Um Niemeyer", publicado em 2022, que se debruça sobre o projeto de 1966 de Oscar Niemeyer para o Casino Park Hotel, no Funchal, ligando-o ainda mais à cultura madeirense.

A ligação ancestral escocesa entre a Ilha da Madeira e a Escócia está profundamente enraizada na história. John Drummond V, nascido em Cargill, Perthshire, Escócia, em 1395, emigrou para a Ilha da Madeira, Portugal, onde faleceu por volta de 1465. Era um nobre escocês, filho de Sir John Drummond IV e de Elizabeth Sinclair. Depois de combater em França e trabalhar para o rei de Castela em Espanha, estabeleceu-se na Madeira com o nome de João Escórcio por volta de 1430. Casou com Branca Afonso da Cunha em 1437 no Funchal, Madeira, Portugal. Foram pais de pelo menos dois filhos e oito filhas.
No leito de morte, revelou a sua origem nobre, sendo filho de Sir John Drummond de Stobhall e Cargill e de Lady Elisabeth Sinclair, o que o tornava sobrinho de Anabella Drummond, mulher do rei Roberto III da Escócia.
Em 1519, o seu irmão, Thomas Drummond da Escócia, visitou a Ilha da Madeira e documentou a vida e descendência de John Drummond "Escórcio", enviando a informação para a sua família na Escócia. Os descendentes de Escórcio solicitaram mais tarde a concessão em Portugal dos brasões de Lord Drummond, mantendo laços com as sucessivas gerações de chefes do Clã Drummond na Escócia. Os apelidos Escórcio e Drummond continuam a existir na Madeira, em Portugal, e nas suas antigas colónias.

A influência escocesa estendeu-se também a outras figuras notáveis como Robert Kalley, um médico e padre escocês que desempenhou um papel significativo no estabelecimento do culto evangélico na Madeira durante o século XIX.

Para além disso, a presença escocesa na Madeira era proeminente na indústria vinícola. Famílias escocesas como Francis Newton, James e Alexander Gordon estavam entre os numerosos comerciantes de vinho escoceses que contribuíram para o desenvolvimento do porto e da indústria vinícola da Ilha da Madeira, demonstrando a longa história da ilha com a Escócia.

A celebração de 5 de abril comemora o intercâmbio cultural de longa data entre a Madeira e a Escócia, que inclui a literatura, a música e a ancestralidade partilhada. A entrada no evento é gratuita e todos são bem-vindos a participar na comemoração deste rico património.

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